quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Quando era pequeno costumávamos(minha irmã e eu) ir ao Sítio do meu Avô. Nas saídas à noite lembro que na estradinha estreita de terra onde andávamos e ouvia aquelas prosas de pessoas de conversas simples, eles: meus avós e tias, brincavam com a gente apagando a pequena luz que fosse que carregávamos e nos deixando na mais absoluta escuridão.A princípio um medo, uma insegurança, e nervosismo... mas eles logo nos tranqüilizavam dizendo : - Calma, é só a noite. Em seguida aos poucos um silenciar e uma admiração pela imensa força da natureza, e por tudo que é absoluto, me faziam finalmente relaxar. Se olhasse bem pudia perceber que as estrelas brilhavam mais, os sons dos bichos e da nossa respiração eram mais altos, qualquer movimento parecia ser brusco, o cheiro de mato entrava no peito, a força da simplicidade nos tomava...

Hoje vejo que aquela brincadeira era coisa séria.A noite e a escuridão nos proporcionavam um despertar de outros sentidos.Naquela época eu nem desconfiava que por muitas vezes ainda eu teria aquela sensação, só que quando a gente cresce são outros os tipos de escuridão, mas surgem exatamente como quando meus avós e tias apagavam aquela pequena luz que carregávamos pelo caminho... assustam, nos tiram da nossa zona de conforto, mas depois que o coração se acalma a gente aprende que no escuro podemos perceber outras formas de luz. .Nestes últimos dias, na estrada da vida, a noite veio e apagaram aquela pequena luz...


E não é que o céu estava lindo!

Nenhum comentário: